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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Across the Universe


Não sou uma fã fervorosa de musicais. A verdade é que eu não tenho muita paciência para assisti-los, mas apesar disso The Wizard of Oz e The Sound of Music figuram entre os meus filmes favoritos.

Across the Universe (2007) também é uma exceção. Gostei bastante desse filme, apesar da narrativa ser bem lenta.

Jude (Jim Sturgess) é um garoto inglês de Liverpool que foi criado pela mãe e nunca conheceu o pai, que era americano. Ele parte então rumo aos Estados Unidos para descobrir a identidade de seu pai e, durante sua permanência no país, torna-se amigo de Max Carrigan (Joe Anderson).

Max tem uma irmã, chamada Lucy (Evan Rachel Wood), e não é difícil de imaginar que Jude e Lucy irão se apaixonar.


O filme peca um pouco ao dar muito mais ênfase no romance dos protagonistas (que na verdade não apresenta nada de novo), e todos os movimentos de contra-cultura do período funcionam apenas como um cenário para esse mesmo romance. O que é uma pena. Obviamente o objetivo de Across the Universe não era ser um documentário sobre esses movimentos, mas acho que muita coisa ali podia ser explorada.

Certos personagens são meio que descartáveis a narrativa, como Prudence (T.V. Carpio), cujo único objetivo no filme era representar a Revolução Sexual. Outros, como Sadie (Dana Fuchs) e Jojo (Martin Luther McCoy), são uma óbvia de homenagem a dois grandes ícones dos anos 60: Janis Joplin e Jimi Hendrix. Também há sequências, como "Dear Prudence" e "Being For The Benefit of Mr. Kite", que diminuem o ritmo da narrativa e não acrescentam muita coisa a história.

As atuações e as novas versões de músicas clássicas dos Beatles são interessantes. Destaque para a sequência "I Am the Walrus", onde Bono Vox interpreta um guru do LSD que comanda um ônibus alucinado, e "Strawberry Field Forever", onde cenas da Guerra do Vietnã são intercaladas com Jude "explodindo" morangos.

Um filme bastante colorido, psicodélico e água com açúcar ( com direito até a um final feliz improvável). Interessante de assistir, e de ouvir.





quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dorian.

(Originalmente publicado em "Empada com Tudo Dentro" em 20/03/2010. Como só agora o filme entrou no circuito nacional, resolvi postar novamente a resenha.)


O Retrato de Dorian Gray
, de Oscar Wilde, se tornou, hum, um tipo de nova "fixação". Comprei o livro há mais ou menos uma semana( e até o presente momento, não terminei de ler) e achei muito chocante. Então, resolvi baixar o filme. Só que existem umas três versões, uma de 1918, 1945 e uma de 2009, que tem uns 6 meses de lançamento, mas que não tem nem previsão de estréia no Brasil.

O que é uma pena. O filme realmente vale a pena ser visto. Tem o (gatíssimo) Ben Barnes (de As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian) como personagem título, Colin Firth como o lorde Henry Wotton (duplamente Mr. Darcy!) e Rachel Hurd-Wood como a boba Sybil Vane (a Wendy da versão de 2004 de Peter Pan, lembra?).

A história foi bem adaptada. E deixa bastante explícito o que no livro fica nas entrelinhas. Tipo o relacionamento obviamente homossexual entre o entediante Basil Hallward (Ben Chaplin) e Dorian. E, pasmem, com direito a sexo entre os personagens, cuja cena o diretor teve a bondade de cortar. (imagina meu choque ao ver o Ben Barnes beijando outro homem! Já basta o Heath Ledger no Brokeback Mountain!)


Pois bem, vamos à história. Dorian Gray, uma rapaz extremamente bonito (OH Ben!) que está retornando à Londres depois da morte do avô e tutor lorde Kelso. Ele também é extremamente ingênuo, mas mesmo assim, ou talvez por isso mesmo, acaba atraindo a atenção de parte da elite londrina. Nesse grupo, estão o pintor intelectual Basil Hallward, que nutre uma paixão secreta por Dorian ( não correspondida) e o dândi lorde Henry Wotton.
Basil resolve pintar um retrato do belíssimo Dorian. E enquanto isso, lorde Henry começa a atrair o pobre Dorian pra sua visão de vida e faz com que o rapaz perceba ao admirar em seu retrato pronto o quanto é bonito. Então, o garoto faz um pedido irreal de que ele próprio nunca perca sua beleza, enquanto o retrato sofra o peso da idade.
Daí, vemos Dorian virar um hedonista orgiástico, fumador de ópio e totalmente imoral, enquanto seu retrato vai se tornando cada vez mais horrendo, pois este vai absorvendo todas as feridas -físicas e morais- de Dorian
O final... Bom, não vale a pena estragar a surpresa. Mas se você já viu A Liga Extraordinária, provavelmente você se lembra do fim do Dorian Gray, certo? Senão, leia o livro. Ou veja esse filme. São ambos, de fato, muito bons.

Bem, nos vemos por aí. Vou tentar arrumar um quadro desse gênero pra mim.

Fiquemos com a melhor (e mais divertida) das teorias de lorde Henry Wotton:
"(...) - A senhora, duquesa, seria capaz de se lembrar de algum grande erro que tivesse cometido em tenra idade?
- De muitos, receio.
- Então, cometa-os de novo. - ensinou lorde Henry, sério. - Para se recuperar a juventude, basta fazer as mesmas loucuras."

domingo, 12 de dezembro de 2010

"I think of Dean Moriarty..."



Jack Kerouac ao escrever On the Road em 1951 não deve ter imaginado a tamanha repercurssão cultural que o romance causaria nas décadas seguintes. De inspiração auto-biográfica, Kerouac simplesmente escreveu sobre suas viagens, as paisagens e as pessoas do caótico (e deprimente) Estados Unidos do final da década de 40. E ao fazer isso, explicitou de forma bastante clara a vida e os ideais de indivíduos marginalizados e excluídos do american way of life.

Dean Moriarty (que é inspirado em Neal Cassady, um dos melhores amigos de Kerouac e um dos expoentes da geração beat) é um deliquente juvenil que procura Sal Paradise (o próprio Jack Kerouac) em NY para "aprender a escrever" e torna-se escritor. Dean é um garoto louco, cheio de ideais e sem nenhum rumo na vida. Sal é um jovem escritor obscuro que acabara de se separar da mulher e também não tinha muita idéia do que fazer da vida.

Em busca de alguma solução para as próprias vidas, os dois começam uma série de viagens, cheias de encontros e desencontros, rumo ao Oeste.

Uma infinidade de caronas, empregos, pessoas, bebidas e drogas fazem parte da trip dos dois. Além dos poetas e escritores loucos, das mulheres ciumentas e dos muitos casos amorosos dos personagens.

Apesar do protagonista do romance ser Sal Paradise, que sempre rouba a cena é Dean Moriarty. Os monólogos intensos e apaixonados a respeito da vida e das pessoas que cruzam seu caminho, a irreverência com que ele leva as coisas (como por exemplo, sua situação de bígamo, com uma esposa em cada costa dos Estados Unidos) e o estilo de vida do personagem formam uma mistura curiosa e interessante.

Além de ser uma das obras principais do movimento beat (ao lado de Naked Lunch, de William Burroughs e Howl de Allen Ginsberg), On the Road influenciou diretamente outros movimentos de contracultura, como o movimento hippie e o punk. E ainda teve influência em diversos artistas, como Bob Dylan, Jim Morrinson e Lou Reed.

Uma adaptação cinematográfica há muito planejada (por Coppola e anteriormente por Gus Van Sant), finalmente chega nos cinemas em 2011, com Sam Riley (Control) como Sal, Garrett Hedlund (Tron Legacy) com Dean, Kristen Stewart como Marylou e Kristen Dunst como Camille, com a direção de Walter Salles (Diários de Motocicleta). É esperar pra ver.