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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Across the Universe


Não sou uma fã fervorosa de musicais. A verdade é que eu não tenho muita paciência para assisti-los, mas apesar disso The Wizard of Oz e The Sound of Music figuram entre os meus filmes favoritos.

Across the Universe (2007) também é uma exceção. Gostei bastante desse filme, apesar da narrativa ser bem lenta.

Jude (Jim Sturgess) é um garoto inglês de Liverpool que foi criado pela mãe e nunca conheceu o pai, que era americano. Ele parte então rumo aos Estados Unidos para descobrir a identidade de seu pai e, durante sua permanência no país, torna-se amigo de Max Carrigan (Joe Anderson).

Max tem uma irmã, chamada Lucy (Evan Rachel Wood), e não é difícil de imaginar que Jude e Lucy irão se apaixonar.


O filme peca um pouco ao dar muito mais ênfase no romance dos protagonistas (que na verdade não apresenta nada de novo), e todos os movimentos de contra-cultura do período funcionam apenas como um cenário para esse mesmo romance. O que é uma pena. Obviamente o objetivo de Across the Universe não era ser um documentário sobre esses movimentos, mas acho que muita coisa ali podia ser explorada.

Certos personagens são meio que descartáveis a narrativa, como Prudence (T.V. Carpio), cujo único objetivo no filme era representar a Revolução Sexual. Outros, como Sadie (Dana Fuchs) e Jojo (Martin Luther McCoy), são uma óbvia de homenagem a dois grandes ícones dos anos 60: Janis Joplin e Jimi Hendrix. Também há sequências, como "Dear Prudence" e "Being For The Benefit of Mr. Kite", que diminuem o ritmo da narrativa e não acrescentam muita coisa a história.

As atuações e as novas versões de músicas clássicas dos Beatles são interessantes. Destaque para a sequência "I Am the Walrus", onde Bono Vox interpreta um guru do LSD que comanda um ônibus alucinado, e "Strawberry Field Forever", onde cenas da Guerra do Vietnã são intercaladas com Jude "explodindo" morangos.

Um filme bastante colorido, psicodélico e água com açúcar ( com direito até a um final feliz improvável). Interessante de assistir, e de ouvir.





quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dorian.

(Originalmente publicado em "Empada com Tudo Dentro" em 20/03/2010. Como só agora o filme entrou no circuito nacional, resolvi postar novamente a resenha.)


O Retrato de Dorian Gray
, de Oscar Wilde, se tornou, hum, um tipo de nova "fixação". Comprei o livro há mais ou menos uma semana( e até o presente momento, não terminei de ler) e achei muito chocante. Então, resolvi baixar o filme. Só que existem umas três versões, uma de 1918, 1945 e uma de 2009, que tem uns 6 meses de lançamento, mas que não tem nem previsão de estréia no Brasil.

O que é uma pena. O filme realmente vale a pena ser visto. Tem o (gatíssimo) Ben Barnes (de As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian) como personagem título, Colin Firth como o lorde Henry Wotton (duplamente Mr. Darcy!) e Rachel Hurd-Wood como a boba Sybil Vane (a Wendy da versão de 2004 de Peter Pan, lembra?).

A história foi bem adaptada. E deixa bastante explícito o que no livro fica nas entrelinhas. Tipo o relacionamento obviamente homossexual entre o entediante Basil Hallward (Ben Chaplin) e Dorian. E, pasmem, com direito a sexo entre os personagens, cuja cena o diretor teve a bondade de cortar. (imagina meu choque ao ver o Ben Barnes beijando outro homem! Já basta o Heath Ledger no Brokeback Mountain!)


Pois bem, vamos à história. Dorian Gray, uma rapaz extremamente bonito (OH Ben!) que está retornando à Londres depois da morte do avô e tutor lorde Kelso. Ele também é extremamente ingênuo, mas mesmo assim, ou talvez por isso mesmo, acaba atraindo a atenção de parte da elite londrina. Nesse grupo, estão o pintor intelectual Basil Hallward, que nutre uma paixão secreta por Dorian ( não correspondida) e o dândi lorde Henry Wotton.
Basil resolve pintar um retrato do belíssimo Dorian. E enquanto isso, lorde Henry começa a atrair o pobre Dorian pra sua visão de vida e faz com que o rapaz perceba ao admirar em seu retrato pronto o quanto é bonito. Então, o garoto faz um pedido irreal de que ele próprio nunca perca sua beleza, enquanto o retrato sofra o peso da idade.
Daí, vemos Dorian virar um hedonista orgiástico, fumador de ópio e totalmente imoral, enquanto seu retrato vai se tornando cada vez mais horrendo, pois este vai absorvendo todas as feridas -físicas e morais- de Dorian
O final... Bom, não vale a pena estragar a surpresa. Mas se você já viu A Liga Extraordinária, provavelmente você se lembra do fim do Dorian Gray, certo? Senão, leia o livro. Ou veja esse filme. São ambos, de fato, muito bons.

Bem, nos vemos por aí. Vou tentar arrumar um quadro desse gênero pra mim.

Fiquemos com a melhor (e mais divertida) das teorias de lorde Henry Wotton:
"(...) - A senhora, duquesa, seria capaz de se lembrar de algum grande erro que tivesse cometido em tenra idade?
- De muitos, receio.
- Então, cometa-os de novo. - ensinou lorde Henry, sério. - Para se recuperar a juventude, basta fazer as mesmas loucuras."

domingo, 12 de dezembro de 2010

"I think of Dean Moriarty..."



Jack Kerouac ao escrever On the Road em 1951 não deve ter imaginado a tamanha repercurssão cultural que o romance causaria nas décadas seguintes. De inspiração auto-biográfica, Kerouac simplesmente escreveu sobre suas viagens, as paisagens e as pessoas do caótico (e deprimente) Estados Unidos do final da década de 40. E ao fazer isso, explicitou de forma bastante clara a vida e os ideais de indivíduos marginalizados e excluídos do american way of life.

Dean Moriarty (que é inspirado em Neal Cassady, um dos melhores amigos de Kerouac e um dos expoentes da geração beat) é um deliquente juvenil que procura Sal Paradise (o próprio Jack Kerouac) em NY para "aprender a escrever" e torna-se escritor. Dean é um garoto louco, cheio de ideais e sem nenhum rumo na vida. Sal é um jovem escritor obscuro que acabara de se separar da mulher e também não tinha muita idéia do que fazer da vida.

Em busca de alguma solução para as próprias vidas, os dois começam uma série de viagens, cheias de encontros e desencontros, rumo ao Oeste.

Uma infinidade de caronas, empregos, pessoas, bebidas e drogas fazem parte da trip dos dois. Além dos poetas e escritores loucos, das mulheres ciumentas e dos muitos casos amorosos dos personagens.

Apesar do protagonista do romance ser Sal Paradise, que sempre rouba a cena é Dean Moriarty. Os monólogos intensos e apaixonados a respeito da vida e das pessoas que cruzam seu caminho, a irreverência com que ele leva as coisas (como por exemplo, sua situação de bígamo, com uma esposa em cada costa dos Estados Unidos) e o estilo de vida do personagem formam uma mistura curiosa e interessante.

Além de ser uma das obras principais do movimento beat (ao lado de Naked Lunch, de William Burroughs e Howl de Allen Ginsberg), On the Road influenciou diretamente outros movimentos de contracultura, como o movimento hippie e o punk. E ainda teve influência em diversos artistas, como Bob Dylan, Jim Morrinson e Lou Reed.

Uma adaptação cinematográfica há muito planejada (por Coppola e anteriormente por Gus Van Sant), finalmente chega nos cinemas em 2011, com Sam Riley (Control) como Sal, Garrett Hedlund (Tron Legacy) com Dean, Kristen Stewart como Marylou e Kristen Dunst como Camille, com a direção de Walter Salles (Diários de Motocicleta). É esperar pra ver.

sábado, 20 de novembro de 2010

O crime dos sonhos



Christopher Nolan mostrou que existe vida pós Heath Ledger, quero dizer, pós The Dark Knight. A Origem (Inception no original. Mas acredito que a tradução literal, "Inserção", iria levar um monte de gente a acreditar que se tratava de um filme pornô.) mostra que ele pode ir além de Batman e outros thrillers quase noir.

A história se trata de ladrões que tem um jeito peculiar de agir. Eles simplesmente entram nos sonhos de gente importante e roubam senhas e coisas do gênero. Sim, sim, eles roubam dos subconsiente. Ficção, claro, mas muito inteligente.

Dom Cobb (Leonardo DiCaprio, mais inchado do que nunca) é um dos principais desenvolvedores desse projeto de invasão subconsciente. Mas obviamente não é um processo simples. Ele conta com a ajuda de Arthur (Joseph Gordon-Levitt), que lida com armas e bombas, coisas sempre esseciais a qualquer tipo de roubos (!).

Depois de tentarem um roubo frustrado na mente de Saito (Ken Watanabe), são contratados por ele para realizar algo um tanto diferente: ao invés de realizar a "extração" de idéias, eles deveriam inserir uma idéia (sobre a divisão das empresas) na mente de um jovem herdeiro industrial, maior concorrente de Saito.

O plano a princípio parece impossível. Mas eles conseguem ajuda de Ariadne, a arquiteta (Ellen Page) e Eames (Tom Hardy), que é capaz de assumir a forma de qualquer pessoa nos sonhos.

Os projetos e os preparativos indicam que tudo irá correr bem, mas ao entrar na mente do empresário Robert Fisher (Cillian Murphy), logo após a morte de seu pai. Mas alguns problemas sérios ocorrem. Principalmente com a personificação do subconsciente pertubado de Cobb, Mal (Marion Cotillard).



A princípio, você pode ficar meio confuso com o filme: os diálogos são rápidos e as explicações, excessivas e confusas. Mas depois dos "choque" inicial, o filme se torna extremamente interessante.

Por ser confuso e lidar com um tema bastante metafísico, o filme chegou a ser comparado com Matrix (1999). Para ser franca, não achei muitas semelhanças entre eles. Inception não tem a crítica social e política de Matrix. Mas aborda muito mais questões psicológicas que o segundo.

Os cenários e sequências, que deixariam Dalí e Buñuel satisfeitos, são bastante impressionantes. Destaque para a sequência de Paris, para Joseph Gordon-Levitt na gravidade zero e para o ultra-profundo-pertubado subconsciente de Cobb.

Com um aberto que vai deixar muita gente pensando no que aconteceu de verdade, Inception é um filme excelente, talvez um dos melhores do ano, e um forte candidato para o Oscar 2011.


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

EMA 2010



Well, well, well, Ontem a noite aconteceu o EMA, Europe Music Awards, em Madrid e com a apresentação de Eva Longoria.

 A abertura da premiação ficou por conta da colombiana Shakira, que cantou seu novo hit "Loca" - o qual eu acho que deveria ter sido cantado em espanhol, uma vez que ela estava na capital espanhola - e "Waka Waka", tema oficial da Copa do Mundo, em homenagem a seleção da Espanha.


O restante da noite se dividiu entre as piadinhas clichês e sem graça da apresentadora (que geralmente a plateia força uma risada por pena!), as apresentações musicais  como as de Kate Perry, Miley Cirus e sua total falta de postura no palco, Kid Rock, Rihanna, Linkin Park, dentre outros. Além é claro, do mais importante, as premiações.

E falando nisso, não muito diferente do VMA, concordei com grande parte  dos vencedores, como: Lady Gaga (Artista Feminina do ano), 30 Seconds to Mars (Artista Rock), "Bad Romance"(Canção do Ano) e Shakira (Free your Mind). Mas como sempre... os questionáveis: Justin Bieber por Melhor Artista Masculino - não preciso nem comentar - Kate Perry por Videoclipe do ano com "California Gurls" . Primeriro que esse clipe foi lançado a poucos meses, ou seja, só se fosse Videoclipe do Meio Ano, e ainda assim... E segundo que como que um clipe tão óbvio e sem graça ganhou do "Love the way you lie" do Eminem, que teve até efeitos pirotécnicos???!!

Ah! Já ia me esquecendo, por que raios o Enrique Iglesias foi indicado como Artista Masculino???  Será por que foi na Espanha e ele é espanhol?? Tô sem entender até agora...

Confira a baixo a lista dos prêmios e premiados e veja o que foi justo ou não:

 Melhor alternativo
Gorillaz
Gossip
Paramore
Vampire Weekend
Arcade Fire
                                                                                                      
Melhor hip hop
T.I.                                                                                  
Kanye West
Eminem
Lil Wayne
Snoop Dogg                                                             

Melhor música
Usher - "OMG"
Katy Perry feat. Snoop Dogg - "California Gurls"          
Eminem feat. Rihanna - "Love the Way You Lie"
Rihanna - "Rude Boy"
Lady Gaga - "Bad Romance"

Melhor cantora
Lady Gaga
Katy Perry
Miley Cyrus
Shakira
Rihanna

Melhor artista europeu
Afromental
Dima Bilan
Enrique Iglesias
Inna
Marco Mengoni

Melhor clipe
30 Seconds to Mars - "Kings and Queens"
Katy Perry - "California Gurls"
Lady Gaga feat. Beyoncé - "Telephone"
Plan B - "Prayin'"
Eminem feat Rihanna - "Love the Way You Lie"

Melhor performance mundial de palco
Green Day
Muse
30 Seconds to Mars
Katy Perry
Gorrilaz
Tokio Hotel

Melhor grupo de rock
Kings Of Leon
Linkin Park
30 Seconds to Mars
Muse
Ozzy Osbourne

 


OBS.: Mais uma vez: Miley Cyrus, postura querida, postura! Não se deve ficar curvada no palco o tempo todo, a menos que se esteja interpretanto o corcunda de Notre Dame!

sábado, 30 de outubro de 2010

Halloween Night Fever


O Halloween é a amanhã e você não vai a nenhuma festa a fantasia nem nada do gênero. Bom, se você ficar em casa (como eu), talvez goste de assistir uns filmes sobre o tema, não? Fantasmas bizarros de crinças mortas, bruxas mal encaradas, mortos-vivos balbuciantes, e...

Ah! De novo tudo isso!

Nesse Halloween resolvi fazer umas sessões de cinema um pouco diferentes do habitual. E pra você (que como eu) não curte muito esses filmes sangrentos de terror, ou quer somente inovar sua programação halloweenesca, aqui vai uma pequena lista de "alternativos" para o Halloween:

  • As Bruxas de Salém (The Crucible - 1996)
Apesar do título brasileiro sugerir um filme sobre bruxas maléficas, As Bruxas de Salém é um drama daqueles bastante pertubadores.
O filme foi baseado numa peça teatral, que por sua vez foi baseada em acontecimentos reais ocorridos em 1692 em Massachusetts. A história se trata dos acontecimentos relacionados a histeria causada no vilarejo de Salém por um grupo de meninas encontradas praticando rituais vudus. Tal fato, desencadeia uma série de julgamentos e execuções (terríves, por sinal) de inocentes acusados de praticarem bruxaria. Um filme pertubador, como disse, mas muito interessante.



  • As Brumas de Avalon (The Mists of Avalon - 2001)
A minissérie de 3 horas de duração foi adaptada do livro de Marion Zimmer Bradley, que narra a trajetória das mulheres por trás da lenda do rei Artur, principalmente a de sua irmã Morgana.
A história se passa numa Inglaterra dividida entre o crescente catolicismo e a decadende religião celta de Avalon. Morgana, representa os interesses dessa última e tenta influenciar o irmão a manter o equilíbrio entre as duas religiões. Tudo em vão, aliás.
Uma história essecialmente feminista e mística, mas relativamente atual.
Geek entertainment, of course!


  • As Bruxas de Eastwick (The Witches of Eastwick - 1987)
E já que estamos falando de filmes um tanto feministas, nada como As Bruxas de Eastwick.
Três mulheres entediadas e insatisfeitas com suas vidas fazem um feitiço acidental que atrai o homem ideal para o pequeno vilarejo de Eastwick. E o relacionamento das três ao mesmo tempo com Daryl Van Horne causa certo rebuliço na comunidade local. Mas o que ninguém suspeitava (nem mesmo elas...) era que Daryl é o próprio Diabo.
Uma comédia engraçada, e por incrível que pareça, pouco apelativa!



  • Os Fantasmas se Divertem (Beetlejuice - 1988)
É impossível não falar de Tim Burton no Halloween. Os Fantasmas se Divertem conta a história de um casal que morre num acidente (um tanto esquisito) e ficam presos em sua própria casa.
Quando um casal yuppie e sua filha gótica (que consegue ver os recém-fantasmas) se mudam para a dita casa, o casal de fantasmas tenta "exorcizar os vivos" e pedem ajuda de um outro fantasma trambiqueiro chamado Beetlejuice, que tem uns métodos pouco convencionais (por vezes violentos!) para assustar os vivos e expulsá-los da casa.
O filme deu origem a umas série animada, que foi até transmitida aqui no Brasil. Mas poucos se lembram. O desenho era tão sórdido quanto o filme!

  • O Estranho Mundo de Jack ( Tim Burton's The Nightmare Before Christmas - 1993)
O filme conta a história de Jack, o Rei das Abóboras. Certo dia, ele descobre o reino do Natal, e fica maravilhado com as cores e a vivacidade do lugar. Ele resolve então raptar o pobre Papai Noel e criar um Natal a sua maneira.
Tão bacana quanto o filme posterior de Burton em stop-motion, A Noiva Cadáver.


  • The Rocky Horror Picture Show (1975)
Obviamente não podia ficar de fora!
Já comentei sobre ele uma vez aqui no blog, e o musical nada convencional se trata de um casal que se perde numa estrada deserta e acaba parando num castelo de um cientista travesti que quer usá-los para seus experimentos, hum, sexuais.
Extremamente kitsh, The Rocky Horror Picture Show continua sendo engraçado apesar dos seus 35 anos de idade.




Bom, meus caros leitores, por hoje é só.

Feliz Halloween (ou o que quer que isso signifique!)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Lesser Matters


Cerca de um mês atrás, escrevi sobre a trilha sonora do filme Maria Antonieta (2006), e fiquei de comentar mais sobre a banda sueca The Radio Dept., cujas músicas "I Don't Like It Like This", "Keen on Boys" e "Pulling Our Weight" também fazem parte desse cd. Bom, depois de ouvir essa trilha sonora inúmeras vezes, resolvi ouvir um cd inteiro dessa banda, e agora ele é um dos mais tocados aqui em casa!

Lesser Matters, de 2003, é o álbum de estréia do The Radio Dept. A banda ganhou certo conhecimento após ter suas músicas colocadas numa trilha sonora tão impactante e diferente para um filme de época. Mas antes mesmo disso, esse álbum entrou na lista da NME dos Melhores Álbuns de 2004.

A banda tem seu estilo inspirado em Pet Shop Boy, Joy Division, Frank Sinatra e Charles Aznavour. E o resultado dessa mistura toda são em músicas com uma sonoridade bastante etérea, com refrões repetitivos e sintetizadores, teclados e bateria bem marcados.

Os pontos altos do cd são sem dúvida a ritmada "Where the Damage Isn't Already Done" e a depressiva "Your Father". Além dessas, o álbum possui muitas outras músicas interessantes, como "Strange Things Will Happen", "Ewan" e é claro, a dúbia "Keen on Boys".

Não creio que a banda possa ser considerada de rock propriamente dito, mas o disco é bem diferente e interessante.

Lesser Matters (2003)

01. "Too Soon"
02. "Where Damage Isn't Already Done"
03. "Keen on Boys"
04. "Why Won't You Talk About It?"
05. "Its Been Eight Years"
06. "Bus"
07. "Slottet #2"
08. "1995"
09. "Against the Tide"
10. "Strange Things Will Happen"
11. "Your Father"
12. "Ewan"
13. "Lost and Found"






quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Arruaça na vizinhança (Parte 1)

Com toda sinceridade - e indignação - eu confesso que nunca senti tanta raiva como tenho sentido ultimamente por meus novos e detestáveis vizinhos.

Mais ou menos em torno de 20 horas por dia, e não é exagero (e não é mesmo), a decibéis elevadíssimos (também não se trata de um exagero), que só se ouve músicas barulhos infernais como "Late, late que eu tô passando", "Chora, me liga, implora pelo meu amor...", "É de sainha...", enfim coisas desse nível, além é claro, do pagode. 

Há uma semana que a paz na vizinhança - que já estava ameaçada pelos outros inquilinos- se extinguiu por aqui. Os antigos moradores da hoje conhecida como Casa dos Horrores, azucrinavam nossa paciência somente às quartas e quintas, já esses ... nem sei como chamar, como dito anteriormente, o fazem durante todo o dia!

Só para completar o total inferno sonoro, meu cachorro fica estressado com o barulho e começa a latir! O som é tão alto que quando chamamos ele, o bicho não vem, porque simplesmente NÃO OUVE!

Definitivamente sinto que estou a ponto de enlouquecer. O único momento de silêncio é quando eles trocam o CD e quando dormem, por volta das 3h e 8h da manhã. 

Se você pensou: Por que não chamaram a Polícia? Aqui vai a resposta, uma moradora da outra rua (Sim, vc ñ leu errado, da outra rua) chamou, a paz durou exatas 2 horas.

Bom caro leitor, por quanto tempo mais eu aguento??? Sinceramente, acho que não muito.

 
M.L

domingo, 17 de outubro de 2010

O céu não é o limite

 (Postado originalmente no Blog De Armani a Zoomp, meu atual blog abandonado, no dia 29 de agosto de 2009).




Não, não se trata de um novo de filme hollywood, mas sim de uma história de amor entre um homem e um porco. Não é novidade para quase ninguém que George Clooney tinha um porco de estimação chamado Max, só o que ninguém sabia (embora eu tenha me empenhado em espalhar essa informação para a minha rede de amigos) era que esse pobre homem amava Max, The Pig mais que a própria vida! E sim, amava no pretérito imperfeito do indicativo pois Max, The Pig faleceu há exatos quatro anos, deixando seu dono e amigo George inconsolável. 

O suíno que viveu 18 anos de pura alegria e mordomia (não era para rimar, mas tudo bem!) sofria de artrite, além de ser parcialmente cego, morreu enquanto clooney promovia seu filme, "O segredo de Berlim". 

Clooney se viu em uma grande depressão e a sua única cia. era o sofrimento, e procurou ajuda para curar sua dor, george contratou uma Médium, segundo o jornal The New Zeland Herald:

"Ela me disse que Max foi muito feliz ao meu lado", contou Clooney a um amigo. Disse também que ele está muito contente e que ainda me acompanha de vez em quando. Não sei se está dizendo a verdade, mas quero acreditar nela.”

O ator declarou também que só guarda os bons momentos que passou ao lado do suíno, como por exemplo a vez em que pediu ao seu amigo John Travolta para levar Max, para passear em seu jatinho particular e as noites em que The Pig dormia com o ator (e eu não estou mentindo, tampouco aumentando a situação).

Caro leitor, qualquer forma de amor é muito bonita ainda mais quando o céu não é o limite!
O amor de George e Max, The Pig é um exemplo disso.

M.L

Tornando-se Jane


Jane Austen era uma espécie de dissidente. Mesmo vivendo em uma sociedade hermética e machista, ela agia e pensava de forma independente e isso era considerado muito inadequado para moças decentes.

O filme Becoming Jane (aqui no Brasil estranhamente traduzido como "Amor e Inocência") retrata a juventude da autora e as circunstâncias que envolveram e inspiraram o processo criativo de Orgulho e Preconceito, sua obra mais conhecida.

Jane (Anne Hathaway) era filha de um pastor anglicano e vivia uma vida relativamente confortável com mais 3 irmãos. Bem, ter 4 filhos naquela época implicava em ter uma vida sem muito luxo, e sua mãe (como uma pequena lembrança de Mrs. Bennet...) insiste que suas filhas se casem com homens mais ricos, pois tudo o que os pais conseguiram juntar ia somente para os filhos. Apesar de tudo isso, Jane se convenceu que só se casaria por amor. Senão, permaneceria solteira pelo resto da vida.

Nesse ínterim, chega à vizinhança de Jane um estudante de Direito irlandês chamado Thomas Lefroy (o bonitinho James McAvoy). A princípio o rapaz parece ser um tanto pretensioso e arrogante, e Jane logo passa a nutrir certa antipatia por ele. Mas como a sua estadia no vilarejo acaba se extendendo, os dois passam a se entender melhor e acabam se apaixonando.

Porém, Tom vive com uma mesada que seu tio lhe dá. E essa mesma mesada serve para sustestar toda sua família na Irlanda. Tal fato, torna inviável que Jane se case com ele, pois eles viveriam sempre na miséria. E o final da história de Jane é bem difrente dos finais de suas protagonistas.


O filme não é necessariamente uma biografia de Jane Austen. Os roteiristas recriaram sua vida com certas coincidências que estariam em seus romances. Lady Gresham (Maggie Smith) seria sua inspiração para Lady Catherine de Bourgh; Lucy Lefroy (Jessica Ashworth), as três inconvenientes irmãs Bennets mais novas; Mr. Austen ( James Cromwell) é claramente Mr. Bennet e sua mãe (Julie Walters), como já disse, é a Mrs. Bennet. Outros fatos como o jogo de cricket (esporte preferido de Catherine Morland, de A Abadia de Northanger), o pug de Eliza de Feuillide, que está sempre do lado de sua dona ( como Mrs. Bertram de Mansfield Park) e é claro, Tom Lefroy, que pode ter sido sua inspiração para o (maravilhoso) Mr. Darcy.

O único senão talvez tenha sido colocar uma atriz americana (Hathaway) para interpretar uma das mais amadas autoras inglesas. Fora isso, boas atuações, figurinos bem feitos e uma ótima recriação de época.

Becoming Jane é um filme que agrada todos os amantes da obra de Jane Austen e até mesmo aqueles que querem conhecê-la.


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Concurso de Contos

O blog Que a Estante nos Caia em Cima lançou seu primeiro Concurso de Contos.

Para participar, você deve enviar um conto que tenha entre 750 a 1500 palavras, nos formatos Word ou PDF. A fonte deve ser Arial no tamanho 12. O tema para os contos é livre, e você deve mandar o seu até o dia 05/11/2010.

Mais informações em http://livrosimples.blogspot.com/2010/10/concurso-de-escrita.html

Mãos à obra e boa sorte!

Bennet versus Dashwood

(Publicado originalmente em "Empada com Tudo Dentro" em 02/06/2010)


Acho impossível ler livros de um mesmo autor e evitar comparações entre eles, ainda mais quando possuem temas tão parecidos; Acabei de ler Razão e Sensibilidade (1811), e apesar de ter gostado mais de Orgulho e Preconceito (1813), achei que também é um ótimo livro, e um dos melhores que já li. Resolvi então listar os pontos em comum entre ambos os livros, que vem a seguir:

Emma Thompson e Hugh Grant como Elinor Dashwood e
Edward Ferrars na versão cinematográfica de 1995
de
Sense and Sensibility

  • A narrativa
Orgulho e Preconceito, apesar de ter sido publicado após Razão e Sensibilidade, foi escrito antes. Por isso considero a história mais original, e é possível ver alguns elementos de O&P em R&S, apesar do segundo ser mais realista em relação ao primeiro. Semelhanças como a falta de fortuna das protagonistas (e como isso atrapalha na escolha de maridos), personagens intrometidos e inadequados, revelações do caráter de alguns personagens considerados decentes, rompimentos amorosos (que em R&S são mais bruscos do que em O&P.) e protagonistas masculinos reservados, mas passionais, podem ser vistas entre os livros.

Alan Rickman e Kate Winslet como Cel. Brandon
e Marianne Dashwood na versão cinematográfica
de 1995 de
Sense and Sensibility

  • Personagens
As semelhanças entre os personagens é uma das coisas mais marcantes:
- Elizabeth Bennet é a fusão entre Elinor Dashwood e Marianne Dashwood, pois consegue manter suas reações emotivas e racionais em equilíbrio; Já as irmãs Dashwood entram em um equilíbrio em relação aos seus sentimentos com a aproximação do fim da trama, pois durante o resto da narrativa são levadas a tomar atitudes guiadas, como diz o próprio livro, pela razão (Elinor) e pela sensibilidade (Marianne).
-Coronel Brandon, solteirão sisudo que tem interesse por Marianne Dashwood em R&S, lembra Mr. Darcy, o também sisudo protagonista de O&P. A diferença crucial entre ambos está no fato de que o Coronel Brandon é muito mais simpático e humilde que Darcy [!]
-Os antagonistas de ambos os livros, Wickham e Willoughby, possuem desvios de caráter, são mentirosos e caluniadores. A diferença entre eles está no fato de que Willoughby se arrepende de seus atos ( que com certeza são piores que de Wickham!) e tenta se redimir.
-Mrs. Jennings, a viúva rica que cisma em casar os outros e é extremamente intrometida, lembra bastante Mrs. Bennet, mãe da protagonista de O&P, que também tem fixação em casar as filhas e age de forma inadequada em vários momentos, causando certos prejuízos para as filhas mais velhas.
-Mrs. Ferrars, mãe de Edward Ferrars, que é apaixonado por Elinor, é uma espécie de Lady Catherine de Bourgh. Mas não tem tanta expressividade quanto a segunda, apesar de ambas, por nao aceitarem certas uniões amorosas, façam de tudo para prejudicar os envolvidos.
-Mrs. Fanny Dashwood, cunhada das protagonistas, não pode ser realmente comparada com Caroline Bingley, pois é consideravelmente pior que a segunda. Mas ambas são personagens arrogantes e frívolas.

Keira Knightley e Matthew Macfadyen
como Elizabeth Bennet e Fitzwillian Darcy
na versão cinematográfica de 2005
de
Pride and Prejudice


Para aqueles que se interessaram pela história, mas que não querem ler o livro [!], indico as versões para o cinema dos livros, Sense and Sensibility (1995) e Pride and Prejudice (2005). Ambas são excelentes!



Au Revoir!

domingo, 10 de outubro de 2010

Anacronismo e traição (?)


Anacronismo não tem meio termo. Ame-o ou odeie-o. Tal técnica, muito usada por diretores de cinema e de teatro na atualidade, não nos deixa sem uma opinião formada. Foi assim com Brazil (1985), Moulin Rouge! (2001), Lemony's Snicket's A Series of Unfortunate Events (2004) e a microssérie Capitu (2008)

Na época de exibição desta, muitos torceram o nariz para essa adaptação do romance de Machado de Assis que punha elementos do século XXI (celulares, fones de ouvido, Beirut, Black Sabbath...) em pleno século XIX. Apesar disso, a essência da história não foi eliminada. Na verdade, foi até renovada.

Na época, não consegui assistir os dois últimos capítulos, e só consegui fazê-lo agora (!)

Sou meio suspeita para falar deDom Casmurro, pois já li esse livro umas 4 vezes. Sim, você pode achar a narrativa lenta e a linguagem extremamente cansativa, mas a história em si, é muito interessante. E eu pessoalmente ainda não tenho uma opinião concreta sobre a traição ou não de Capitu.

Bentinho, desde que se entende por gente, é apaixonado pela vizinha Capitu. No dia em que o agregado José Dias relembra a mãe de Bentinho a promessa que ela fez de metê-lo no seminário, o garoto fica angustiado e tenta armar um plano com Capitu para que a mãe não realizasse tal promessa. A idéia era convencer o próprio José Dias a persuadir a mãe a mandá-lo estudar Direito em São Paulo. Na verdade, Bentinho estava aceitando qualquer carreira. Tudo o que pudesse livrá-lo da vida de padre.

Apesar dos esforços do agregado, ele é enviado ao seminário, onde conhece Escobar, um menino que como ele não tinha vocação para padre. Os dois acabam se tornando grandes amigos, e Bentinho admira demais Escobar.

Depois de um ano no seminário, ele finalmente sai, e vai estudar Direito. Quando volta, se casa com Capitu. A vida de casado parece perfeita, e o casal se tornou mais próximo de Escobar e de sua esposa Sancha.

Um dia, quando sai para nadar, Escobar morre afogado. E no enterro, Bentinho parece perceber que os "olhos de ressaca" de Capitu se fixaram apaixonadamente no cadáver, "como se quisesse tragar também o nadador da manhã. ".

Depois desse incidente, ele começa a desconfiar de que a esposa e Escobar eram amantes, e que seu filho Ezequiel, era filho do outro. Ele fica tão alucinado que pensa em se matar e matar o menino. O casal tem uma separação esquisita, e Capitu vai morar na Europa com o filho. Bentinho termina sozinho. E sem nenhum remorso.

Como a história é toda narrada pela visão extremamente parcial de Bentinho, fica difícil saber se a traição ocorreu de fato. Na última vez que li o livro, eu entendi que era tudo invenção dele. Assistindo a série, realmente acreditei que Capitu o traiu.

O jeito é você tirar suas próprias conclusões! Se não tiver paciência para ler o livro, assista a série. Isso é claro, se você não ficar incomodado como certos anacronismos (que na verdade, achei-os muito interessantes e poéticos!)

O resto, em Joy Division:
"Then love, love will tear us apart, again.
Love, love will tear us apart, again
"

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Mi Delírio

Pois é, esse mundo dá voltas e quem diria que depois de anos eu estaria aqui falando o quanto eu gostei do novo álbum solo da Anahí, Mi Delírio.

Sem nenhuma pretensão, resolvi fazer o download do CD para ver qual seria sua proposta, e confesso que gostei muito, com exceção da capa (o.O) . O primeiro single foi o entitulador da obra, sucedido por "Me Hipnotizas" e o mais recente "Quiero", todos obtiveram um bom resultado tanto no mercado brasileiro como no internacional.

Em breve será lançado uma edição de luxo do álbum, Mi Delírio Deluxe Edition, contendo faixas inéditas como "Alergico", que por sinal já é uma das minhas favoritas, e "Aleph", música que a cantora compôs inspirada na obra homônima de Paulo Coelho, de quem já declarou ser fã inúmeras vezes.

Faixas do álbum:


1.Mi Delirio
2.Quiero
3.Que Más Dá
4.Hasta Que Llegues Tú
5.No Te Queiro Olvidar
6.Me Hipnotizas
7.Para Qué?
8.Te Puedo Escuchar
9.El Me Mintió
10.Gira La Vida
11.Hasta Que Me Conociste
 

M.L

sábado, 2 de outubro de 2010

Welcome to the Dollhouse



Dawn Wiener (Heather Matarazzo) é uma garotinha de 11 anos feia e sem talento. E isso é motivo de sobra para ser perseguida na escola pelos colegas e pelos professores. Nem mesmo em casa ela é vista com bons olhos pelos pais e pelos irmãos.

O filme de humor negro Welcome to The Dollhouse (Bem-Vindo a Casa de Bonecas), de 1995 do diretor Todd Solondz ( do Life During Wartime, que teve estréia recente no Festival do Rio de 2010), conta a história da solitária Dawn, que não tem amigos e é totalmente incompreedida.

A história começa com o dia-a-dia de Dawn na escola. Ela é xingada de lésbica, tem seu armário pichado com diversas ofensas e acaba sempre sendo injustiçada, até mesmo por seus professores. Em casa, sua situação não é muito diferente. Os pais só tem olhos para a irmã mais nova e para seu irmão geek.

Dawn se torna uma pessoa agressiva dentro de casa, tratando mal sua família e utilizando o mesmo vocabulário com que é tratada na escola. Certo dia, quando o irmão está ensaiando com sua banda, ela conhece Steve, o vocalista bonitão e bem mais velho que ela. E acaba se apaixonando.

Nesse meio tempo as ofensas a Dawn vão se tornando mais sérias, com ameaças de estupro por parte do bad boy Brandon. E o mais surpreendente é que ela aceita isso e até mesmo demonstra certo interesse em ser estuprada (!). Ao se aproximar de Brandon, eles começam um tipo de amizade (bem agressiva na verdade...) e ele parece se apaixonar por Dawn.

Assim, ela vai se tornando cada vez mais parecida com seus agressores. E suas atitudes acabam por transformá-la em meio culpada pelo seqüestro de sua irmã. E tentando se redimir, ela sai a procura da menina, imaginado como seria ser reconhecida e amada por todos.

O filme teve uma espécie de continuação em Palindromes (ainda inédito no Brasil), onde o futuro deprimente de Dawn é ligeiramente retratado. E o tema da solidão e da exclusão é novamente abordado.

Apesar de tudo, ainda é possível rir de certas situações. Dawn é realmente absurda e ingênua demais e suas relações com as pessoas são extremamente exageradas.


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

AFI's 100 Years…100 Movies: 97º - Blade Runner (1982)


Blade Runner, o Caçador de Andróides (BR)
E.U.A
1982
118 min.
Cor.
Direção: Ridley Scott


Blade Runner
é basicamente um film noir futurista. Está tudo ali: o detetive caladão, a femme fatale (que nesse caso não é tão fatale assim...), o submundo de uma cidade degradada e até mesmo a trilha sonora jazzística.

A fotografia é bacana e os cenário de Los Angeles em um 2019 caótico serviram de inspiração para muitos filmes futuristas posteriores. Acontece que apesar de ser um filme de ação, o ritmo da história é relativamente lento.

Harrison Ford interpreta o detetive Deckard, cujo trabalho é investigar e eliminar os "replicantes" (um tipo de ser humano fabricado em laboratório), já que estes acabaram fugindo dos controle de seus criadores e se tornaram perigosos.

Um grupo mais desenvolvido desses replicantes passa a cometer certos crimes, e isso chama atenção da polícia. Deckard é chamado para encontrá-los e matá-los.

Entre esses acontecimentos, ele conhece a replicante Rachael, que é assistente de um dos chefões da empresa que os fabrica. A princípio, ela desconhece totalmente sua verdadeira identidade, mas Deckard revela que ela é de fato uma replicante e os dois acabam ficando juntos (!).

O resto do filme relata a perseguição do detetive aos replicantes assassinos. E as cenas de ação e perseguição são cansativamente longas. Mas para quem gosta desse tipo de coisa pode até ser interessante.

O filme termina com um final aberto e sem muita explicação, o que gerou teorias (confirmadas pelo próprio Ridley Scott) de que Deckard também é um replicante. Lembraram de I, Robot (2004) ? Eu também.

Apesar da históriar se passar num futuro distópico como em Nineteen Eighty-Four (1984) e Clockwork Orange (1971), ela não tem a mesma profundidade destes. Na verdade, a intenção do filme não é de abordar nenhum tema social ou político. É apenas entretenimento. Mas isso não torna Blade Runner pior que os outros!



Bom, é isso aí. Até a próxima!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Milão Fashion Week

Há poucos dias se encerrou uma das mais importantes semanas de moda do mundo inteiro, a de Milão. Esse evento ocorre duas vezes por ano, para apresentar as coleções Primavera -Verão e Outono - Inverno. Com grandes ícones da moda como, Giorgio Armani (Claro!), Roberto Cavalli, Prada, entre outros, não fica difícil entender porque a Milão "dita" as tendências no mundo inteiro.

Esse ano destaco os seguintes desfiles:
  • Dolce & Gabanna - Com uma coleção cuja a cor branca era a predominante, Stefanno Gabanna e Domenico Dolce, mostraram peças de traços simples porém ricas em detalhes.



  • Bottega Venetta - Ao oposto da Dolce, a Bottega traz para a passarela muito preto e tons neutros. O grande foco da coleção de Thomas Maier foram as calças cargo e para a noite, o estilista apresentou delicados Kaftanes de seda e saias com corte na cintura.

  • Dsquared2 - Ai como eu gostei dessa coleção! Diminuindo as fronteiras entre o masculino e o feminino, os irmãos Caten investem em shorts e blazers (sem nada por baixo) além é claro dos acessórios, com destaque para as sapatos Oxford e os óculos.
    • Versace - Talvez uma das mais coloridas, a Versace valorizou a silhueta perfeita. Destaque para as saias Lápis.
    • Giorgio Armani - Deixei esse aqui por último pelo fato de que por um grande golpe de sorte, tive a oportunidade de fazer parte de um seleto grupo de pessoas que o assistiu ao vivo, por vídeo conferêcia. Com o tema "La Femme Bleue", a passarela do Armani Teatro foi invadida exclusivamente por tons de azul e preto. Giorgio, mostrou uma coleção minimalista, com cortes maravilhosos e claro não podiam faltar seus exuberantes vestidos e elegantes tallers.
    M.L

    Twenty One



    O mês de setembro foi de descobertas musicais bastante interessantes. Primeiro, It' Blitz!, do Yeah Yeah Yeahs. Depois Tonight, Franz Ferdinand do Franz Ferdinand propriamente dito e Flamingo, do Brandon Flowers. Agora, descobri da banda inglesa Mystery Jets o álbum Twenty One.

    A banda, formada em 2004 por Henry Harrison e seu filho Blaine Harrison (que por sinal é o vocalista. E ele tem uma voz bem peculiar.) tem uma sonoridade que me pareceu uma leve mistura da psicodelia do MGMT com a batida do White Stripes, além de um certo toque 80's. Para aqueles que curtem Strokes e The Kooks, bem, Mystery Jets me lembra um pouco o estilo musical deles.

    Twenty One é o terceiro álbum da banda, lançado em 2008. E contém suas música mais conhecidas, como "Two Doors Down" (extremamente oitentista!) e "Young Love". Eu particulamente gostei bastante das faixas "Half In Love With Elizabeth", "Flakes" e "Veiled In Grey". Outras faixas também interessantes são "MJ" (que me lembrou um pouquinho o som do The Police), "First to Know", e a que dá título ao álbum, "Twenty One". As faixas "Umbrellahead" (que, por mais absurdo que pareça, me lembrou Beirut [!]) e "Hand Me Down" também são dignas de menção. O único senão do cd talvez seja "Behind The Bunhouse".

    A princípio você pode achar o estilo da banda meio confuso. As bandas que eu citei acima para comparar com o estilo deles deixa isso meio claro: são relativamente diferentes uma das outras. Mas mesmo assim o Mystery Jets consegue meio que juntar tudo isso e ter uma sonoridade legal.

    Ah! E o sotaque fortemente britânico de Blaine Harrison deixa as músicas com, hum, um charme a mais!




    Twenty One

    1 - "Hideaway"
    2 - "Young Love (feat. Laura Marling)"
    3 - "Half In Love With Elizabeth"

    4 - "Flakes"

    5 - "Veiled In Grey"
    6 - "Two Doors Down"
    7 - "MJ"

    8 - "Umbrellahead"
    9 - "Hand Me Down"
    10 - "First To Know"
    11 - "Behind The Bunhouse"

    12 - "Twenty One"








    segunda-feira, 27 de setembro de 2010

    Entrevista com Kate Beaton

    Nosso blog está virando internacional!

    Kate Beaton é uma cartunista canadense. Seu site, Hark! A Vagrant tem comics bastante engraçados inspirados em figuras históricas, obras literárias e autores, como Jane Austen, Emily Brontë e James Joyce.
    Aqui segue a entrevista que fiz a ela (por e-mail!), entre os dias 23 e 27 de Setembro.


    Devaneios da Vida Moderna: Quando você publicou seu primeiro comic? Você frequentou algum curso de desenho?

    Kate Beaton: Eu publiquei meu primeiro comic na internet em setembro de 2007. No meu último ano de faculdade, eu frequentei um curso de desenho, mas foi só isso. Provavelmente isso colaborou bastante.

    DVM: Quando você era criança, já tinha talento para desenhos e até mesmo para comédia, ou isso foi descoberto em outra época da sua vida?

    KB: Eu definitivamente comecei quando eu era criança. Eu ganhei um prêmio em um concurso de desenho quando tinha 8 anos, e isso me serviu como incentivo.


    DVM: Você é formada em História e Antropologia. Como isso torna seus comics diferentes dos comics de outros autores?

    KB: Eu não sei! Esse fato só significa que eu não levo a História tão a sério, mas o mesmo poderia ser dito por qualquer pessoa que também tenha interesse por ela. Eu acho que é mais fácil distinguir as pessoas que têm um verdadeiro interesse por essas coisas e aquelas que apenas fazem um uso divertido dela.

    DVM: Aqui no Brasil, nós temos eventos que reúnem cartunistas de diversos países. Você já pensou em divulgar seu trabalho em outros países?

    KB: Para ser honesta, nenhum outro país além da Inglaterra se aproximou do meu trabalho e me deu a oportunidade de fazer uma exposição dele. Mas claro que se isso acontecesse, e eu fosse convidada, seria maravilhoso


    DVM: Os comics que tratam de certos aspectos da sua vida são uns dos mais engraçados. Esses fatos (e até mesmo aqueles sobre a sua infância) ocorreram de fato?

    KB: Os comics sobre a minha vida não são muito exagerados, eles de fato são sobre coisas que me aconteceram. Nos comics em que eu converso com o "meu eu jovem", faço referências a acontecimentos reais, mas um pouco mais incrementados.


    DVM: Quais são seus autores e figuras históricas preferidos? Estes são mais fáceis de fazer piadas?

    KB: As pessoas poderosas são as mais fáceis de se fazer piadas. Políticos e líderes militares. Eles são personalidades conceituadas, e é divertido diminuir o "tamanho" deles. No entanto, eu não sei qual é a minha figura histórica preferida - isso muda todo dia!


    DVM: Você executa outros trabalhos gráficos além dos seus comics. Poderia nos falar sobre isso?

    KB: Claro. Eu faço ilustrações para revistas, e adoro quando são impressas. Às vezes também sou convidada para ilustrar posters, e eu também gosto muito disso.


    DVM: Estamos acabando nossa entrevista. Uma palavrinha para os seus leitores brasileiros?

    KT: Somete um olá! Eu sou um pouco instruída em História do Brasil, mas recentemente eu li sobre Dom Pedro II, figura muito interessante



    domingo, 26 de setembro de 2010

    Sempre em São Paulo

    Anos e anos esperando aquele seu ídolo (banda, cantor, cantora) vir ao Brasil. Olhando a agenda de shows todos os dias para ver qual o próximo destino. Lamentando que bandas menos famosas venham e a sua favorita não. De repente em um site você vê a mensagem: "Fulano de Tal no Brasil", você corre desesperado para ver quais vão ser as datas e lugares (claro, porque se não for na sua cidade, pelo menos no seu estado, você não vai poder ir.), quando lê: "Única apresentação", a tensão aumenta, tá na hora de saber o principal, ONDE, e aí vem a decepção, o show vai ser em São Paulo.

    Pois é caro leitor, isso provavelmente já aconteceu com você e se ainda não, pode contar que um dia vai acontecer. Todos nós, meros habitantes do "resto" do Brasil (Rio, Minas, Bahia, Brasília ...) somos desprivilegiados nesse assunto, São Paulo sempre sai na frente.

    Tudo bem que SP é a cidade mais importante economicamente do Brasil, but who cares? Existem cidades muito mais interessantes que São Paulo. Quando o assunto é carnaval, o referencial é Salvador. Você já ouviu algém falar que quer ir para SP no carnaval? Uma das dez maravilhas do mundo está no Rio e não em São Paulo. A capital do Brasil é Brasília e não... Então, por que essa palhaçada toda???
    Quem aí nessas horas não sente inveja dos paulistanos???
    P.S: Esse post não é contra a população, ok?!
    M.L

    quarta-feira, 22 de setembro de 2010

    Cães, Eletricidade e Tim Burton


    Antes de Edward Scissorhands e o fiasco que foi Alice in Wonderland, Tim Burton dirigiu um curta baseado no livro de Mary Shelley, Frankenstein. Com uma visão nada convencional, ele transportou a história para os anos 80, e transformou o criador num garotinho de uns 10 anos e a criatura, bem, num cachorro.

    Frankenweenie
    , de 1984, está prestes a ganhar uma refilmagem (prevista para 2012), agora em stop motion ( como em The Corpse Bride e The Nightmare Before Christimas), também dirigida por Burton. E tudo indica que haverá novamente a parceria com Johnny Depp e contará com Winona Rider no elenco.

    O curta de apenas 25 minutos conta a história de Viktor Frankenstein (interpretado por Barret Oliver, o Bastian de Neverending Story, támbem de 84), um garoto que adora fazer versões caseiras de filmes de terror tendo como protagonista seu cachorro Sparky. Um dia, Sparky é atropelado, e Viktor não se conforma com a morte do bichinho.

    Numa aula de biologia, o professor comenta como a eletricidade pode movimentar os músculos, até mesmo de cadáveres. Viktor então começa a pesquisar sobre o assunto para trazer de novo a vida seu cachorrinho. E bem, ele consegue. Mas quando as pessoas da vizinhança descobrem, o Sparky remendado começa a ser perseguido.

    O curta conta com Shelley Duvall ( A dentuça Wendy do The Shining) e Sofia Coppola, como a vizinha escandalosa de Viktor. O filme foi produzido pela Disney, e Burton foi demitido após a realização deste, pois o curta foi considerado inadequado para os padrões Disney. Mas isso não impediu que anos depois fosse lançado também pela Disney The Nightmare Before Christimas.

    A estética fantasiosa e gótica de Burton também pode ser vista nesse filme. O cenário do cemitério e do mini golfe no final do filme me lembraram um pouco Das Cabinet des Dr. Caligari (1920) e a vizinhança tipicamente suburbana de Viktor se parece com a de Edward Scissorhands.

    Pra você que ficou curioso com a história, aqui vai o curta na íntegra (áudio original em inglês, sem legendas).
    Enjoy.